Mas em que consistirá essa comunhão?

Acervo do General Uchôa

Comungar com Cristo é ser simples, ser modesto, não ostentar grandezas, não compartilhar vanglórias, defender o fraco, abrigar o pobre; dar lume aos que vagueiam na obscuridade e fugir à falsa luz das conquistas efêmeras; dar acolhimento ao forasteiro, saciar o esfomeado; amparar os que vão cair, procurar erguer os que não puderam evitar a queda; corrigir os que erram, sem ostentar infalibilidade, ir ao tugúrio do pobre inválido levar o pão que lhe mate a fome e o consolo que lhe vivificar o espírito; enxugar lágrimas dos que sofrem no abandono das suas dores e chorar lágrimas das suas dores e chorar lágrimas de emoções puras ao sentir a dor de um irmão; ser tolerante para as fraquezas e erros do próximo, sem se excluir do número daqueles que carecem de tolerância; não odiar os inimigos, convicto de que um dia serão tão amigos como sempre foram irmãos; não agir jamais na sombra hedionda da hipocrisia; ser constantemente um paladino da verdade; amar a criança e proteger o órfão; não condenar criminosos, mas ministrar-lhes os meios para ingressarem no caminho da regeneração.

Comungar com o Cristo é tudo isso e muito mais: Como Cristo, sentir emoções de alegrias puras na contemplação da alegria inocente dos pássaros a chilrearem nos arvoredos, da alegria potente e cheia de vida do conjunto de seres e forças (da natureza), sentir emoções de beleza e de amor pela flor que se veste de matizes sutis e nos encanta, enchendo de perfume a primavera, sentir emoções de ternura, contemplando a ternura, o afeto que amparam os seres novos no aconchego dos mais velhos, sentir emoções extraordinárias de compreensão e admiração pela ordem que se ostenta, se eleva e se coroa em cada aspecto da natureza, amar, enfim, como Jesus a beleza, a Magnificência e a Sabedoria de Deus, criando para a expansão da sua misericórdia e do seu amor – a evolução progressiva das almas e dos mundos. Teremos assim nos elevado a realização crística em nossos corações, libertando em radiações de luz divina – a faúlha de Deus; a mônada divina que Ele, o irrevelado, o Absoluto – nos concedeu.

Quero terminar com as palavras do livro “Luz no caminho”, repositório notável de sábios conselhos de Mestre a Discípulo. Referindo-se ao caminho do Discípulo, diz o preceito:

“Busca-o estudando as leis do ser, as leis da natureza, as leis do sobrenatural e busca-o prosternando a tua alma ante a pequena estrela que arde no interior – Enquanto vigias e adoras com perseverança, a sua luz irá sendo mais e mais brilhante. Então, poderás conhecer que encontraste o começo do caminho – E quando encontrares o fim, a sua luz se converterá subitamente em luz infinita.”

Artigo 6/6. Último trecho do artigo sobre Teosofia. Veja os links abaixo com as outras partes:

1 – O que é Teosofia?
2 – Existem sete planos que se ajustam e interpenetram
3 – A via que leva ao governo das forças cósmicas
4 – A Teosofia foge ao dilema: espírito ou matéria
5 – A hierarquia dos seres na Teosofia

* Parte da série de seis textos de um manuscrito sobre a Teosofia que integra o Acervo do General Uchôa, escrito pelo próprio General.

 


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