A autocura acontece com a consciência de que somos um com o pai de todas as coisas.
“O amor é uma força, uma energia, que se manifesta na alma como um sentimento de lembrança de algo que a alma já teve, mas perdeu”.
Platão
A partir desse pensamento, vou abordar os conceitos de Dor e Autocura. Para entender essa frase de Platão, é preciso compreender a ideia de Uno, Unidade. O que é fácil a partir do conhecimento da escola de Pitágoras: A única coisa que existe é o Uno, o Todo – O topo de pirâmide da escola pitagórica – O Todo projeta sua vontade essencial no ser existente com a dualidade.
Toda realidade manifesta tem dualidade, pois ela é a projeção da natureza divina. Essa dualidade estabelece razão. A razão humana é a expressão da centelha divina, que se manifesta no meio da polaridade. Essa razão ordena os elementos materiais que nos cercam e o espaço tetradimensional (três dimensões de espaço e uma de tempo).
Quando Platão fala que o amor é uma força, uma energia, ele compreende a expansão e retração do Universo. Do espírito à matéria, Deus faz as consciências mergulharem na matéria para irem subindo novamente a Ele na jornada.
Ao dizer que o amor é uma força que se manifesta na alma como um sentimento de lembrança, Platão está falando da ideia de Unidade, integração original com o Todo.
É como se fosse um jogo de bilhar.
As bolas começam em pirâmide e então vêm a primeira tacada, que espalha todas. E cada bolinha fica com uma saudade dentro dela de voltar a ser a pirâmide. Nossa vida tem inúmeras experiências de fragmentação que nos rememoram essa expansão universal. O nascimento é um exemplo. A criança e a mãe são um só. Depois, com o tempo, a criança começa a perceber que não. Essa é a nossa integração com o todo.
Passamos a vida buscando preenchimento.
Fragmentação, dor, é quando não conseguimos acessar a consciência do Uno com o Todo. Somos essa centelha divina misturada no espaço tempo. A sensação de fragmentação é a saudade que Platão fala. Não percebemos a profunda conexão com o Todo. E nos sentimos abandonados, fragmentados, tristes, e sentimos essa dor que não tem nome. Tudo porque não acessamos essa consciência de Unidade.
Se eu estou dentro Dele e Ele está dentro de mim, não é outra pessoa que vai me curar. A cura é a superação da dor. A superação da ilusão da fragmentação. É uma experiência de amor, pertencimento, diluição, da gota que se descobre parte do mar. Somos gota e oceano ao mesmo tempo.
Nossa essência é espírito, mas nosso estado se altera ao longo da jornada para cumprir os ciclos evolutivos.
Estamos em um estado de concepção de consciência fragmentada. E isso gera dor enquanto não compreendemos. Depois, vemos a naturalidade do ciclo e dos desafios da vida. A dor é uma ilusão momentânea que dá expressão e transitoriedade aos nossos estados.
Todo movimento causa um aparente caos.
Sensação de caos é natural entre paradigmas e patamares de compreensão. Porém, se não tenho claro o que estou fazendo, cada vez mais o caos fica maior e vai causando sofrimento. O caos é parte do processo de transição entre paradigmas e eu o domino. Não sou dominado por ele.
Quando compreendo que moro dentro do Deus que mora dentro de mim, começo a perceber a transitoriedade entre os estado da vida. E que o amor, essa força que nos faz ser Um, é justamente um convite à evolução.
Essa saudade que nos habita.
Todo aquele que está passando por uma experiência de dor, no fundo, sempre é a saudade de se sentir um com o Todo. E esse é o propósito das vivências e jornadas aqui no Círculo, mudar do paradigma da dor para o da oportunidade de realização.
Essa noção do amor como energia que se manifesta como saudade é maravilhosa. Porque traz uma consciência de que todas as coisas estão em evolução. Inclusive aquele ser que nos pareceu um algoz em algum momento da vida, ele também está em evolução e vai chegar lá.
Abraço grande,
Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!
Juliano Pozati
Momentos de meditação e sintonia são ótimos na busca da autocura. Conheça a nova formação do Círculo.