E se a felicidade for a moeda definitiva?

Suas escolhas são movidas por qual moeda?

A proposta de trocar a moeda financeira, o dinheiro, por felicidade pode parecer estranha e utópica no mundo em que vivemos. Um sorriso não paga boletos, eu sei… Mas essa é a reflexão do Professor Tal Ben-Shahar, um dos maiores especialistas da atualidade em Psicologia Positiva, que ministrou a famosa cadeira de felicidade na Universidade de Harvard e criou o modelo SPIRE de felicidade. Em seu livro Seja Mais Feliz, ele chama a felicidade de moeda definitiva e mostra como muitas vezes trocamos ela especialmente pelo dinheiro, ou ainda por outra moeda chamada “aprovação dos outros”.

“Quando nossa primeira questão é “o que posso fazer?”, damos prioridade às moedas quantificáveis (o dinheiro e a aprovação dos outros); quando nossa primeira questão é “o que quero fazer?” (isto é, “o que me dá significado e prazer?”), a escolha é movida pela busca da moeda definitiva.” (Tal Ben-Shahar)

Toda subjetividade da felicidade vem sendo estudada pela Psicologia Positiva nos últimos 25 anos de pesquisa científica dessa área tão recente e fascinante da ciência. Convido a olhar para esse conceito de moeda definitiva à luz das nossas escolhas na vida e assim trazer um pouco mais de bem-estar a cada dia.

O que eu poderia fazer para aumentar em apenas 5% minha felicidade hoje? Essa é uma pergunta bem comum dentro da psicologia positiva, que entende que não há fórmulas mágicas, e que as conquistas vêm com uma pequena ação ou pensamento, com consistência ao longo do tempo. Construir mais felicidade é como escalar uma montanha, um passo de cada vez e, o mais importante, não é o topo, mas apreciar a paisagem na subida (e, às vezes, na descida também).

O topo da montanha é um lugar onde você fica por alguns segundos cósmicos. Os “topos” são aqueles momentos em que tudo, tudo, absolutamente tudo está perfeito na sua vida. Pense nisso, pode ser na vida toda ou apenas em uma área, carreira, por exemplo: aquele momento em que você está no cargo sonhado, com salário sonhado, a empresa indo super bem, você e todos à sua volta felizes e satisfeitos e realizados, sem nenhum problema a ser resolvido, só apreciando a vista. Isso existe por quanto tempo? Logo vai surgir um boleto, uma pessoa insatisfeita, você vai se sentir cansado ou questionar algo. Faz parte da nossa existência e aprendizado. É difícil viver no topo, tanto literalmente, como é para quem escala o Monte Everest, quanto metaforicamente.

Um dos encantos da psicologia positiva é sua linguagem simples e acessível, como uma ponte entre o senso comum e a academia. E o Professor Tal Ben-Shahar é mestre nisso, em traduzir de forma clara e simples conceitos complexos, sempre com sólida base em pesquisas. Para juntar um pouco da moeda definitiva, ele nos sugere algumas perguntas a serem feitas e respondidas com profunda sinceridade: “O que me traz significado?”, “O que me dá prazer?” e “Quais são minhas aptidões?”.

A ciência indica que olhar para essas questões traz uma probabilidade muito maior de encontrar a moeda definitiva. Mas lembre-se, não será uma piscina cheia dela para nadar feito o Tio Patinhas, mas se você acumular 5% ao dia, com pequenas ações, vai dar um bom rendimento.

“Nossa busca pela moeda definitiva pode ser um processo infindável de florescimento e crescimento; não há limite para o quanto de felicidade podemos conseguir. Buscando trabalho, educação e relacionamentos que ofereçam significado e prazer, nos tornamos cada vez mais felizes, desfrutando não apenas de uma alta efêmera que murcha com as folhas, mas da felicidade duradoura, com raízes.” (Tal Ben-Shahar)

No próximo texto seguiremos essa trilha…

Até mais!
Grazi Gotardo

 


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