Círculo: Nosso movimento de transformação

Somos uma Escola Filosófica Exoconsciente.

Somos uma Escola Filosófica Exoconsciente.

“Menos é Mais”. A partir dessa frase quero refletir sobre algumas mudanças que estamos implementando aqui no Círculo, do ponto de vista de empresa, escola e produtores de conteúdo que somos. Quero compartilhar alguns aprendizados de nossa equipe física e extrafísica, que também podem ser úteis, inspirar e dar clareza para questões da sua vida. 

Se você é empresário, vai entender como a exconsciência permeia o processo de empreendedorismo e espiritualidade. Se é um profissional e trabalha numa empresa, também vai perceber que muitos desses movimentos são comuns no mercado. E, mesmo que você seja mais voltado para o lar, vai perceber que são coisas comuns da atividade humana.

O Movimento do Círculo

O primeiro ponto é que o Círculo é fruto de um movimento que não foi exatamente planejado. Não tínhamos clareza de todos os passos desde o início. Caminhar com a espiritualidade é muito parecido com dirigir na neblina, você não consegue ver muito mais que cinco ou dez metros a frente, então precisa confiar, seguir, e assim vai ver os próximos cinco ou dez metros. Dentro desse carro tem um GPS orientando, você sabe o destino final, mas não vê todo o caminho. 

O Círculo nasceu em 2017, depois da produção dos documentários Data Limite, segundo Chico Xavier (2014); No meio de Nós (2016) e The Afterlife Investigations (2016). Naquele momento percebemos que as pessoas queriam e precisavam se aprofundar nos temas. Documentários, filmes e livros despertam, mas havia a necessidade de algo com consistência ao longo do tempo. 

E assim o Círculo começou como uma plataforma de conteúdo por assinatura. Todos os membros assinantes tinham acesso a uma aula semanal, pois entendíamos que tínhamos que começar um Movimento. E até hoje essa é a nossa visão macro: ser um movimento filosófico livre e espiritualizado.  

Uma igreja em forma de círculo?

Num primeiro momento tudo era muito empírico, espiritual e intuído. E começamos a ter problemas, como qualquer outro grupo. No final de 2019, quando eu estava em Portugal, saí para caminhar pela cidade do Porto. Andei uns 20km naquele dia e, num determinado ponto, fui orientado a seguir um caminho e cheguei num platô lindo, onde se via toda a cidade e tinha uma igreja fechada. Observei que o prédio principal da igreja era redondo, em forma de círculo. E então recebi a frase:

“Nós trouxemos você aqui nesta igreja em forma de círculo para lembrar que o Círculo não pode ter a forma de uma igreja”.

Isso disparou uma revolução na minha cabeça. Porque o institucionalismo religioso cria fiéis que são mantidos juntos quase sempre por um dogma, imposição da verdade, culpa, medo do inferno. São elementos que vão aglutinando as pessoas e fazendo com que elas desenvolvam uma noção de espiritualidade limitada ao paradigma Culto, Clero, Dia e Templo, ou seja, uma mecânica de culto para falar com o divino; acessar o divino através de um clero ou pessoas eleitas; um dia determinado para isso e um espaço físico, templo ou igreja .

Claro que as religiões têm muitas coisas boas e nos trouxeram até aqui como humanidade. Mas estamos num momento do planeta que precisamos ir além, para que a espiritualidade extrapole esses limites e vá para a prática da vida. Comecei a perceber que como plataforma por assinatura o Círculo tenderia a ter um formato de igreja, gerar dependência, seja pelas aulas ou por quem guia, e eu não queria ser esse guia. 

Eu honro toda nossa história. Às vezes, a gente passa por experiências na vida simplesmente para desenvolver o contraste da consciência. Você precisa experimentar o salgado para saber o que é o doce. Do contraste nasce a consciência. Então você experimenta algo por algum tempo e percebe que precisa seguir em frente. E essa máxima do progresso é a lei que rege todas as coisas e impulsos de realização. Por isso, não tenha vergonha da sua história de vida. Sempre me lembro do que disse o Mestre Yoda para o Luke Skywalker no filme Star Wars: “Ensine seus discípulos a virtude, a força, a intuição, mas, sobretudo, ensine sobre seus fracassos, pois eles são seus maiores professores”.

Somos como um posto de gasolina de beira de estrada

Entendemos que precisávamos mover o Círculo de Plataforma por assinatura ou Netflix espiritualista, para uma Escola Filosófica Exoconsciente. Mover a cultura das pessoas que se consideravam membros para alunos, e assim, todos passam a ser alunos. No início de 2020, quando comecei a compartilhar essa visão com algumas pessoas de nosso laboratório de comunicações exoconscientes, uma de nossas amigas, Simone Abate, disse: 

“Tive uma imagem do Círculo como um posto de gasolina de beira de estrada. Ele recebe pessoas de todos os lugares, indo e voltando, viajantes que indo trabalhar, de férias, fazendo uma viagem de emergência, de lazer, todos param no posto porque em algum momento precisam se abastecer de alguma forma. Mas o objetivo não é que as pessoas morem no posto, apenas passem, abasteçam e sigam. E cada um tem a sua jornada. O que eles têm em comum é que em algum momento pararam ali para tomar um café com um pão na chapa”.

Essa metáfora do posto foi muito interessante. E foi o que fizemos em 2020, encerramos o período de plataforma por assinatura e organizamos o curso do Círculo, com começo, meio e fim. Porque o conhecimento gera movimento, que gera transformação. Mas se o movimento fica contido em si mesmo, a transformação não acontece. O movimento interior tem que levar para a atitude exterior. 

O ano de 2020 foi de trabalho intenso em termos de reorganização, lançamento e marketing digital. Fomos desafiados a produzir muito. Cheguei a fazer 100 lives ano passado, sem parar.  E eu me senti exposto demais e comecei a ver que o caminho não era esse, porque o Círculo nasceu da pluralidade de pontos de vista. 

Claro que foi bom e importante, foi uma fase, mas senti uma certa síndrome de impostor, porque eu faço lives e programas no YouTube, mas não consumo, minhas fontes de saber são outras. Mas claro que é um trabalho relevante e necessário. 

Quando ampliamos a consciência e aprendemos a ter ouvidos para ouvir diferentes perspectivas, vamos desenvolvendo um conhecimento mais amplo da verdade. Porque eu sou o detentor do meu ponto de vista, falo de onde meus pés pisam, e não dos seus. 

Foi então que compreendi que mais importante do que postar muito, era postar bem. Mais importante que publicar muitos vídeos, era publicar bons vídeos. Mais importante do que fazer mais, era fazer melhor. 

Essa proposta plural do Círculo existe desde a concepção da marca: uma reunião de fractais coloridos multiformes equidistantes de um centro. Ou seja, trazer pontos de vista sempre foi uma compreensão nossa. Então concluímos que precisamos desconstruir a ideia de guru, líder, papa ou expert. Porque não tem utilidade eu ser mais um guru, já temos um mar de gurus por aí. Precisamos de um espaço horizontal, que propicie a construção do saber, e ele passa por múltiplos pontos de vista. Eu acredito nisso. 

Nesse sentido, menos é mais!

Quando você descobre que o “mais” não é tão importante, você faz melhor. E percebi isso porque produzimos muito e ainda assim havia uma barreira. Investimos forte em publicidade e ainda assim tinha algo errado. O que me fez concluir que a melhor publicidade para uma escola filosófica é a sua relevância. A melhor publicidade para você fazer de si mesmo também é a relevância. E isso não significa ser verborrágico. Quem acrescenta não faz tanto, mas faz bem. Essa é a melhor verba de mídia para qualquer tipo de negócio. 

E a grande conclusão que chegamos é que a meta do Círculo é chegar num modelo de sociedade em que as pessoas não precisem mais do Círculo. Parece estranho, mas o nome disso é Autonomia.         

Por isso digo que pode chegar um momento na sua jornada conosco que não conseguirá mais acompanhar e vai começar a construir seus próprios caminhos para pensar, realizar, sentir, para cocriar. Quando chegar nesse ponto, tenho duas mensagens para você, uma é: Vai com Deus! E a outra é: Você chegou lá!

E daí, a gente escolhe estar junto, não porque precisa ou depende, mas porque quer. Você não vai mais ser uma audiência passiva, não vai precisar passar no posto de gasolina, porque vai ter uma placa de energia solar no teto do seu carro e vai rodar o quanto quiser. 

Essa é a minha grande meta com o Círculo! Não sei se vamos alcançar esse tipo de sociedade na minha encarnação, embora eu pretenda viver até os 112 anos. Talvez ainda precise de algumas gerações.

Autonomia é a meta final de toda escola filosófica

Pessoas que escolhem estar juntas, mas que já não haja mais dependência. Onde cada um vai encontrar na partilha com outro o prazer da convivência, da comunhão e da comunidade. Não mais em uma estrutura vertical, mas onde sou passivo e ativo ao mesmo tempo, e existe um equilíbrio nas trocas. Pode ser uma grande utopia, mas senti um forte desejo de compartilhar esse reposicionamento do Círculo.

Somos uma Escola Filosófica Exoconsciente. Entendemos e praticamos essa habilidade natural de ser humano de entrar em sintonia, conexão, comunicação e cocriação com seres e humanidades multidimensionais.  E eu sei que quando surgem esses impulsos, sou a soma de muitas mentes e consciências que estão envolvidas nesse projeto que eu amo, que é o Círculo!

Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati 


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