A gente foge do que sente

Sentir aponta para a nossa natureza espiritual e nos coloca o desafio de existir.

Sentir aponta para a nossa natureza espiritual e nos coloca o desafio de existir.

Por que é tão difícil se comprometer com a gente mesmo? Decidir realizar. O caminho da realização exige, além do compromisso, a consistência, coerência e congruência ao longo do tempo. Mas ignoramos sistematicamente o sentimento, pois ele coloca em xeque o desafio de existir. E ficamos no conforto do “deixa como está pra ver como é que fica”. Pior ainda é quando começamos a repetir frases como:

Não reclama de barriga cheia…
Mas menina, você tem tudo…
Nunca está contente com nada…
Está arrumando sarna pra se coçar…
Para de inventar moda…

Isso é auto boicote. É fugir do desafio de existir com autonomia e fazer o que faz sentido para você. Temos medo de quem a gente é. Essa é a real. Por isso, repetimos as frases acima.

Você sabe que é uma fraude pública. Uma persona para agradar os outros.

Porém, não estamos fazendo turismo nessa encarnação. Temos uma missão e na medida em que vamos adquirindo consciência disso precisamos agir de acordo com esse compromisso. Assim nasce aquela vontade de realizar que está dentro de cada célula do seu corpo. A energia que os psicanalistas chamam de libido, os homeopatas de força vital e eu chamo de Tesão!

Mas fugimos, porque temos dificuldade de experimentar a dimensão espiritual do nosso ser, que dá força para ser consistente, coerente e congruente.

Um conhecimento elevado pode ser reconhecido quando todas as áreas da sua vida são afetadas por ele, gerando movimento.  Ignoramos o sentir para evitar o desafio de existir, e a natureza espiritual fica escondida.

Robin Foy, um dos autores do Documentário The After Life Investigations, disse em uma de suas palestras. “Vou chocar vocês, mas eu não acredito na vida após a morte. Eu não acredito porque depois de 1500 horas de contato com experimentos físicos, a vida após a morte, para mim, é um fato”.

Existe uma diferença entre crença e fato. Quando falo da dimensão espiritual do nosso ser, estou dizendo que não é uma crença que resolver seus problemas, estou falando de um fato que coloca você em um caminho de investigação do real compromisso de realização.

Alguns pensam que projeto de vida é ter uma casa, um carro, um relacionamento amoroso, um filho, um cachorro e ir para a Disney. Mas depois que conquista tudo isso, a vida é o que? E não é problema querer ter essas coisas e ser bem sucedido. É licito e necessário. A questão é fazer disso a razão da existência.

Muitos chegam ao topo da pirâmide capitalista, mas por dentro estão gritando. Eu vivi isso na minha pele. Ter tudo que o mundo espera, mas não ser o que quer ser. E dai você vai se injetando desculpas.

Ao começar a compreender a dimensão espiritual, você vai atrás do verdadeiro compromisso, daquilo que vai deixar um lastro da sua evolução no Planeta Terra. Sem esse eixo espiritual não é possível achar o que faz sentido.

E dai você pode me dizer, ah mas eu conheço ateus que estão fazendo o bem e realizados. Bom, eles só não usam o nome espiritualidade, porque a gente atrela espiritualidade à religião. Quando eu cheguei nesse buraco da existência, a última coisa que eu queria era uma religião que me dissesse o que fazer. Afinal, quem tem que achar o sentido da minha vida sou eu!

Eu não sei como está sua vida hoje. Mas se algo ai dentro incomoda e você não consegue por isso para fora, a pior dor é a dor de não saber, é a ignorância. O sofrimento só acontece quando não entendemos a dor.

Logo, a melhor coisa a fazer é buscar.

Lembra àquela máxima hermética: “os lábios do mestre se abrem quando os ouvidos do discípulo estão prontos para ouvir”.

Não é simples. Mas também não é brisa filosófica.

Abraço grande,
Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!

Juliano Pozati


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