A curiosidade nos faz dar mais um passo

Livros de ficção são como aquele brinquedo surpresa.

Acredito que a curiosidade seja um dos principais combustíveis para descobrirmos coisas novas. Conhecer um lugar ou um grupo de pessoas diferente, adquirir uma habilidade ou conhecimento, sempre parece ter um “o que será que vou encontrar” implícito.

No caso dos livros é a mesma coisa. Tem obras que vão te ensinar sobre um tema que te interessa, e tem os livros de ficção, que são como aquele brinquedo surpresa que você não sabe exatamente o que irá encontrar, e essa é a graça. 

Podemos ficar com vontade de ler algo quando alguém nos conta o enredo do livro, desperta nossa curiosidade de saber como aquilo termina. Por exemplo, em “O Menino do Pijama Listrado”, do John Boyne, um garotinho, filho de um general nazista, se muda com a família para uma casa ao lado de um campo de concentração. Através da cerca que divide os terrenos, ele faz amizade com Shmuel, um garoto judeu, aprisionado do outro lado… e aí? Quanto uma criança consegue entender o que está acontecendo ali? Como será que é ter um pai nazista? O que dirão se souberem do novo amigo dele? No que vai dar essa amizade improvável? Esse eu já li e garanto que é emocionante acompanhar essa jornada ao lado da inocência de uma criança. 

Mas outro livro que ainda não li e tenho muita curiosidade é: A Mão Esquerda da Escuridão (primeira curiosidade: do que será que se trata esse título? rs), de Ursula K. Le Guin. Conta a história de um ‘diplomata interplanetário’ da Terra, que chega num outro orbe como quem vem de outro país para exercer as funções burocráticas do governo. Você já sabe que Jesus disse que “há muitas moradas no reino do meu pai”, pense agora que nessa morada nosso protagonista vai encontrar uma sociedade que não se divide em homens e mulheres. Todos têm gênero neutro pela maior parte do mês, apenas por poucos dias assumem características femininas ou masculinas para procriação. Essa história promete nos mostrar como estamos absolutamente fundamentados em tratar as pessoas de um jeito ou de outro baseado em seu gênero, fazer julgamentos e tomar decisões levando isso em consideração. Como reagir quando essa referência não existe mais? Como o protagonista vai ser diplomático lidando com essa característica tão diferente? Quantos micos e atos falhos ele vai cometer ao longo da jornada? rs vai dar certo essa missão dele? Ainda lerei para descobrir, com certeza.

A curiosidade também nos leva a descobrir autores. Pode valer a pena conhecer os últimos fenômenos brasileiros que talvez você tenha ouvido falar (ou ainda ouvirá!) como Itamar Vieira Jr, Jeferson Tenório, Carla Madeira… ou talvez os velhos clássicos como Machado de Assis e até Shakespeare? Por que não ler algo deles e tentar descobrir porque raios são tão aclamados e exaltados? Ah, e tá liberado exercer seu próprio senso crítico, ler e não gostar daquele grande nome da literatura, o importante é dar uma chance e conhecer.

A curiosidade nos faz dar mais um passo, a virar mais uma página, se aventurar numa nova história que levaremos dentro de nós para sempre. Se deixe guiar pela sua curiosidade, e veja onde ela te leva 🙂

Bruna Mariano
@alendolivro


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