Largue suas muletas, eles disseram 

por Bruna Mariano

Sabemos que temos algumas muletas emocionais, que não necessariamente nos ajudam, mas que nos fazem dependentes delas…e quantas vezes já ouvimos (às vezes de nós mesmos) que devíamos largar ela: “isso não te faz bem, te prende, te restringe, você devia abandonar esse vício”, e levante a mão quem mesmo sabendo disso, não se viu usando-a de novo logo depois.

É difícil largar algo no qual você se sente apoiado, seja o que for, bom ou ruim. Minha sugestão (pra mim mesma, inclusive) é: não tire. Não largue, não pare, não abandone. Sim. 

Explico: no lugar disso, pense em adicionar. Se a muleta é algo em que nos apoiamos, o fazemos por achar que não teremos segurança e equilíbrio sem ela. Então, encontre e desenvolva outros possíveis pontos de apoio.

Quando você usa a muleta? Quando sente medo? Procure o que te fortalece. O que te faria sentir mais segura, mais confiante? Desenvolva isso. 

Ou usa quando sente que não dará conta? Procure ajuda, peça apoio, se organize, respire. Quebre o problema em partes, crie uma sequência e vá passo a passo, sempre de olho apenas no próximo passo.

A muleta representa apenas um ponto de apoio. Se puder respirar, acalmar o coração diante desse medo e adicionar outros pontos de apoio, perceberá que, aos poucos, sua coluna se endireita, ganha firmeza e a confiança de andar esticada, sabendo que o verdadeiro pilar estrutural do seu ser está ali dentro. 

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