Independência sistêmica e as leis da vida, com Sandra Bittencourt

Jornada presencial em Curitiba.

“Ninguém caminha verdadeiramente contra o fluxo da vida. A vida não é para ser enfrentada, ela é para que possamos caminhar”, afirma Sandra Bittencourt, psicóloga há 20 anos e consteladora familiar, que vai ministrar o Encontro de Independência Sistêmica, uma jornada presencial de 3 dias de constelação sistêmica familiar, de 7 a 9 de setembro, das 9h às 18h, na sede do Círculo, em Curitiba. 

A jornada contempla conteúdos teóricos e práticos a partir de vivências de constelação com os participantes. O objetivo é ampliar a consciência sistêmica de cada um e trazer independência no agir de acordo com as leis da vida. É indicado para todos que tenham interesse no tema das Constelações familiares e sistêmicas, sem pré-requisitos. 

Sandra vai trabalhar com os participantes a Constelação como ferramenta de autoconhecimento a partir do desenvolvimento da consciência sistêmica de que tudo funciona dentro de um processo que conduz para o melhor. 

Para conhecermos um pouco os conceitos fundamentais da constelação, pedimos para a Sandra nos explicar alguns deles neste breve bate-papo: 

CÍRCULO – Por que em Constelação se diz que “Quando o amor se manifesta a solução emerge” ?

Sandra – Tudo que existe é amor e o amor é a solução para tudo. A ausência do amor é o medo. Quando estamos no medo não existe solução e quando nos colocamos no fluxo atendendo as leis, as ordens, em sintonia com a nossa natureza, o fluxo do amor nos toma. O amor traz a verdade, emerge a verdade. Por isso, nas vivências, olhamos para onde o amor está direcionado, para onde aquela alma olha. Porém, o amor só pode chegar quando as ordens estão estabelecidas. O amor serve a ordem e a ordem permite que o amor se manifeste. É nesse sentido que no amor emergem as soluções, porque as leis estão atendidas.

CÍRCULO – Como você explica esses três conceitos das constelações: seu lugar te projete, tomar a vida e a fonte? 

  • Seu lugar te protege O seu lugar te protege porque dentro do conhecimento e da consciência sistêmica, quando abordamos as leis do pertencimento, hierarquia e equilíbrio entre as trocas, falamos especialmente de hierarquia. É a ordem de chegada no grupo, a ordem de chegada na vida. Cada um de nós tem um lugar correspondente e quando você está neste lugar, a própria natureza te protege. Isso porque você não está fora do sistema, não está perdido no emaranhamento do sistema. No seu lugar você está a favor da vida. No pertencimento você tem consciência de que pertence e não pode ser excluído. Por exemplo, eu sou a quarta filha da minha família, porém, para meus pais, eu sou a segunda, pois eles só consideram as duas filhas que estão vivas. No entanto, entre minha irmã mais velha e eu existem duas irmãs não nascidas.
  • Tomar a vida – Os nossos pais são portais da vida e para que estejamos aqui é muito importante reverenciar e reconhecer todos que vieram antes de nós. Passamos muito tempo da vida em terapia julgando ou confrontando nossos pais e não nos damos conta de que com isso não tomamos a vida e desonramos os pais. Então, tomar a vida é tomar uma postura de reverência, de honra e fazer algo significativo a partir disso. E não ficar na reivindicação que não era assim que tinha que ter chegado, que não era assim que tinha que ter feito. Tomar a vida significa concordar com a vida tal como ela é e a partir disso entrar no processo profundo de fluxo, só assim você consegue a transformação e as bênçãos da vida.
  • A fonteA fonte é algo tão profundo, tão grandioso que fica difícil de falar. Indico o livro A Fonte não precisa perguntar pelo caminho, de Bert Hellinger, que diz que não precisamos perguntar pelo caminho, a fonte simplesmente jorra, permite o fluxo, a fonte sabe onde vai. Quando estamos em conexão com a fonte, a gente não precisa perguntar pelo caminho… a gente simplesmente confia, concorda e segue. É como a fonte do rio Amazonas, que nasce no Peru e depois se junta lá no rio Solimões com o Rio Negro, se transforma no Amazonas e desemboca lá na Ilha do Marajó e depois no Oceano Atlântico. Quando a fonte jorrou, lá no Peru, ela simplesmente verteu a água, não precisou perguntar pelo caminho. É a confiança plena e inabalável de que tudo flui.

CÍRCULO – Conforme a visão sistêmica, como ajudar alguém de forma efetiva?

Sandra – Aqui falamos sobre as ordens da ajuda, que é uma das grandes contribuições da constelação. Ajudar é uma arte e envolve você também atender às leis específicas da ajuda. Todo mundo pede ajuda e a gente, em geral, gosta de ajudar, mas às vezes atrapalhamos. Isso porque atendemos uma solicitação que remete a pessoa se manter no mesmo lugar, tornando-se um assistencialismo.

Muitas vezes, alguém pede algo que ela poderia fazer por si mesma. Essa questão está ligada profundamente à terceira lei, o equilíbrio entre as trocas. Eu só posso dar aquilo que, de verdade, eu tenho. Eu só posso fazer o que de verdade foi me solicitado e eu tenho que olhar o contexto em que aquilo está sendo solicitado, precisa ser de adulto para adulto. Eu preciso atender alguns requisitos que efetivamente me possibilitam dar uma ajuda a favor da vida. E não a favor do ego daquele que solicita ajuda. 


 

 

 

Inscreva-se aqui na Jornada Independência Sistêmica, de 7 a 9 de setembro, presencial, em Curitiba. Se você é assinante do Clube do Aluno, consulte cupom de desconto em nosso atendimento.

 

 

 

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