Pare! O que você está fazendo? De onde você é? De onde você veio? Aonde você se encontra nesse exato momento? O que está procurando? Pretende encontrar por aqui?
Ei! Estou falando com você!
É! Você mesmo!
E, então? Por que continua lendo essas linhas assim incessantemente sem nem ao menos se questionar o porquê faz isso? Você já se deu conta de como veio parar aqui? Nesta página? Neste artigo? Neste site? Clicou aleatoriamente? Acredita em destino? Em acaso? Coincidências?
Em que você tem acreditado, afinal?
Você tem se questionado a respeito de como chegou até aqui e em que momento? Vamos fazer uma pequena jornada interior. Pense em como estava sua vida na época em que você, seja lá como foi, entrou em contato com o Círculo Escola. Eu lembro bem como foi a minha experiência. Aliás, como tem sido essa trajetória pessoal.
Tendo em vista que a proposta da série é justamente nos levar rumo a uma autonomia espiritual e a uma jornada em busca da espiritualidade livre, considero importante nos fazermos perguntas e sondarmos nosso eu interior. É o que eu chamo de “tomar um cafezinho comigo mesma” – como gostamos de sair e bater um papo com as amigas. Tipo assim: “Vamos tomar um café?”. Ou os amigos gostam de fazer uma resenha. No caso, seria “fazer uma resenha consigo mesmo”.
Na pressa do dia a dia, muitas vezes não temos tempo para pensar sobre essas questões, mas elas são prioritárias e às vezes é preciso de impactos e crises para que possamos refletir sobre questões que deveriam vir à tona em nossas vidas diariamente com naturalidade, não é verdade?
Veja o caso da nossa personagem de hoje, a Diana
Diana, moça jovem, classe média, carioca, 25 anos de idade, morava ainda com os pais, mas era independente emocional e financeiramente. Havia sido criada de forma autônoma e com educação em colégios e faculdade de primeira linha. Trabalhava na área de publicidade e estava cursando MBA em Marketing de Vendas. Há três anos estava num relacionamento estável com Miguel, de 28 anos, que era também seu parceiro de trabalho.
Tudo corria bem, dentro do esperado na vida de Diana, que possuía um lado espiritualista desenvolvido, mas não praticava nada em especial. Assistia um ou outro vídeo e palestra, lia alguns livros, mas nada significativo. Sua rede de amigos era bastante intensa e sua vida social agitada. Gostava de se cuidar e tratava bastante da saúde e aparência física.
Porém, durante uma série na academia, sentiu algumas fisgadas e pontadas na altura do peito e não conseguiu executar mais os exercícios. Ficou muito preocupada, começou a passar mal de nervoso e o professor da academia mediu sua pressão, que estava mais baixa que seu normal: 10×6. Quando se acalmou, voltou para casa, tomou banho e se deitou. Continuou a sentir algumas pontadas no peito esquerdo, mas também sentia dor. Quando foi olhar e apalpar, começou a sair uma secreção pelo bico de sua mama, secreção que não era pus, não conseguia identificar. Começou a chorar apavorada e foi direto falar com sua mãe. Não havia diagnóstico de câncer em sua família, mas logo passou isso pela sua cabeça. Ligaram para a ginecologista, que marcou um encaixe de imediato.
Ao chegar na consulta, foi feito o exame clínico e nada foi detectado. Com pedido de mamografia em mãos e encaminhamento à mastologista, Diana só pensava em coisas ruins e negativas. Estava muito triste, preocupada e nervosa.
Enquanto marcava o exame e a mastologista, eis que subitamente lembrou de uma palestra que ouvira há umas três semanas atrás de uma médica geriatra pós-graduada em Cuidados Paliativos a respeito de pacientes terminais e de como aproveitar a vida enquanto temos a oportunidade de viver. Uma palestra maravilhosa! Que médica aquela! Na época em que recebeu o vídeo no WhatsApp ainda se questionou o porquê estava recebendo aquele tipo de mensagem, mas assistiu mesmo assim. Não se arrependeu, achou tão boa que compartilhou com outras tantas pessoas. Mal sabia ela de que viria a assistir novamente em outro contexto.
Ao rever suas mensagens, quando localizou a palestra da tal da médica, observou em contatos quem havia enviado. E surpresa, se deu conta de que havia sido uma de suas colegas de academia da aula de ‘spinning’, cuja mãe havia feito tratamento de câncer de mama há algum tempo e era seguidora da médica em questão. “Que impressionante!”, pensou. “Como poderia saber?”.
Diana, por fim, acabou precisando fazer biópsia, mas para alívio de todos, os nódulos encontrados na mama esquerda não eram malignos. Ficará em observação e terá que fazer exame semestral para acompanhamento. Essa experiência, contudo, a fez dar uma ressignificada em seu modo de percepção da vida e de como prioriza seu tempo e define seus valores pessoais.
A vida é como um imenso quebra-cabeças. Vamos montar o nosso?
Sugestão para o seu cafezinho ou resenha:
E você? Como tem priorizado seu tempo?
Quais são seus valores? Consegue hierarquizar, ao menos, três?
Um grande beijo e até a próxima.
Com carinho,
Marcia Vasconcellos
Leia os textos anteriores da série:
1 – Conto: o doce e o cão
2 – Comunicação Multidimensional: possibilidade de cura e libertação
3 – Conto: Às Escondidas