Todo líder sente solidão, enfrenta momentos de incompreensão e isolamento.
Você lidera uma equipe ou projeto? Como você vive isso e o senso de responsabilidade que essa posição impõe? Eu proponho olhar para isso a partir do episódio de Jesus no Jardim das Oliveiras, pois é um momento simbólico em muitos sentidos. Jesus estava no ápice da sua missão, chega a Jerusalém e é recebido com festa pelo povo. Os discípulos tinham a expectativa de que Jesus, pelo seu poder, tomaria a força o governo de Israel e devolveria à nação, vencendo o Império Romano. Quando, na verdade, Jesus estava chegando próximo ao ápice do seu testemunho em prol do amor, do perdão e da unidade.
Ele vai para romper o ciclo vicioso do ódio e levar o amor às últimas consequências, o que é a sua condenação. Seu compromisso era com a evolução da humanidade e não com a força da conquista. Ele sabia disso e por isso vai ao Jardim das Oliveiras, para ter um tempo de entrar em contato com a essência do que estava fazendo e com seu propósito.
Aqui já temos uma lição: os liderados de Jesus não o compreendiam.
Não alcançavam a sua missão porque ela rompia demais com os paradigmas da época. Esse é o primeiro ponto que vai fazer o líder ser solitário. Sua visão está muito além do modus operandi atual. Mas um visionário cuida daqueles que tem menos conhecimento, essa é a lei da fraternidade.
O líder tem uma visão de futuro e de encadeamento muito definida e, portanto, consegue antecipar algumas dificuldades. A solidão talvez não seja a melhor palavra, mas a solitude, ou seja, a atitude de estar só, de buscar um alinhamento mental com a sua essência. Solitude não é solidão.
Líder que se vê sozinho é líder carente, que não sabe se relacionar. Líder que se vê em estado de solitude é alguém que está no caminho da sabedoria, porque é necessário buscar esses momentos. É preciso ouvir-se.
Jesus sabia do tamanho da responsabilidade que estava com ele e sabia que seus liderados não tinham essa noção. Mas, ainda assim, apostou neles. Eles não tinham entendido, estavam dispostos a lutar pelo Reino, mas não tinham compreendido que era um reino de amor. E não se luta para instalar um reino de amor, ele se instala pelo movimento do amor e rompe os ciclos de ódio.
Muitas vezes, o líder tem que aguentar o tranco sozinho.
É um processo que a função exige, até que todos cheguem na mesma página. E Jesus sempre soube que os apóstolos chegariam na mesma página que ele, e chegaram. A confiança de que o amor movimento gera transformação é uma compressão sistêmica de que todo esforço vai render frutos.
O líder do futuro é aquele que entende que as pessoas se complementam umas às outras.
Abraço forte!
Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!
Juliano Pozati
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