No Círculo, sempre fomos obcecados por uma pergunta: que tipo de humanidade estamos ajudando a gestar?
E poucas trilhas mergulham tão fundo nessa resposta quanto o especial Pais e Mães de Outro Mundo, uma série conduzida pela psicóloga perinatal Nicole Amorim, referência nacional em saúde mental materna.
Nicole – mãe do Gael e da Pilar, pesquisadora incansável da alma humana e fundadora da Campanha Maio Furta-cor – traz uma visão que atravessa a psicologia, a espiritualidade e a experiência encarnada de ser família em tempos de transição planetária. Aqui, parentalidade não é um manual; é um portal.
A seguir, você acompanha a matéria especial sobre essa jornada — com direito a uma entrevista no melhor estilo “repórter curioso fazendo perguntas cósmicas” direto do campo do Círculo.
A nova infância e a Nova Terra
No coração do especial, Nicole propõe um deslocamento radical: filhos não são apenas “crianças a serem educadas”. Eles são sujeitos, consciências em movimento, agentes de transformação da própria família.
E isso muda tudo. Ao longo das aulas, ela conduz pais e mães por temas que vão da gestação consciente aos primeiros mil dias, da neurociência ao burnout parental, passando pelo luto perinatal — sempre com uma costura fina entre ciência, afeto e uma espiritualidade adulta.
O resultado? Uma visão capaz de desmontar automatismos, curar feridas antigas e inaugurar um novo modo de estar presente.

Entrevista com Nicole Amorim: “não existe cuidado pequeno quando se fala de começar a vida”
Nos sentamos com Nicole (imaginemos um café, um incenso queimando, e o universo inteiro prestando atenção) para conversar sobre o especial. A seguir, trechos dessa conversa.
Redação: Nicole, você abre o especial dizendo que a parentalidade da Nova Terra começa na presença. O que isso significa para quem está gestando ou se preparando para receber um bebê?
Nicole: “A presença é o primeiro colo. O bebê já é sujeito muito antes de nascer. Quando os pais rompem padrões automáticos, escutam seu próprio corpo e suas emoções, eles criam um campo seguro. É nesse campo que a vida aprende a existir.”
Redação: Em uma das aulas, você fala sobre quando um espírito “avisa” que está chegando. Isso mexeu com muita gente. O que você quer transmitir com essa imagem?
Nicole: “Muitas famílias sentem o chamado antes do teste positivo — em sonhos, intuições, movimentos internos. A chegada começa antes da gestação, e reconhecer isso dá sentido, suaviza medos e abre espaço para um vínculo muito mais profundo.”
Redação: Falando em profundidade… O burnout materno e parental aparece com força no especial. Por que esse tema é tão urgente?
Nicole: “Porque a exaustão virou regra silenciosa. A idealização da maternidade isola, adoece e culpa mulheres. Pais também sofrem — presos entre o provedor antigo e o homem sensível que ainda não aprenderam a ser. Falar disso é libertar. Nomear é cuidar.”
Redação: E então chegamos ao luto perinatal, talvez a parte mais delicada da trilha. Seu olhar é muito sensível. Como foi trabalhar esse tema?
Nicole: “O luto perinatal é um luto sem corpo, sem álbum de fotos, sem história completa — e por isso mesmo tão profundo. A sociedade tenta silenciar essa dor. A arte, especialmente a de Frida Kahlo, permite nomear o indizível. Ela expressa o que o psiquismo não dá conta de colocar em palavras.”
Redação: E o que você espera que pais e mães encontrem ao assistir ao especial?
Nicole: “Que encontrem acolhimento. Que se reconheçam humanos, falíveis, belíssimos. E que percebam que cuidar de si é parte essencial de cuidar de uma criança. Não existe cuidado pequeno quando se fala de começar a vida.”

Um mapa para famílias que querem existir de outro jeito
O especial “Pais e Mães de Outro Mundo” é mais do que conteúdo: é uma travessia.
De um lado, os velhos roteiros — culpa, pressa, idealização.
Do outro, um novo paradigma de parentalidade: consciente, sensível, integral.
Nicole nos lembra que:
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O nascimento começa muito antes do parto;
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O cuidado é uma economia invisível que sustenta civilizações;
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Mães e pais precisam ser cuidados para poder cuidar;
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e que a arte — especialmente a arte nascida da dor — pode ser um caminho de cura.
No fim, a trilha é menos sobre “como criar uma criança” e mais sobre “como nos tornamos humanos enquanto a criamos”.
Assista ao especial completo
O especial Pais e Mães de Outro Mundo está disponível no Clube do Aluno do Círculo.
Se você é aluno, mergulhe.
Se ainda não é… bom, talvez o universo esteja te dando um sinal. Entre nesa vibe em https://www.circuloescola.com/clubedoaluno/





